terça-feira, 26 de julho de 2011

Manual de Reabilitação e Manutenção de Edifícios

O Manual de Reabilitação faz parte do conjunto de resultados produzidos pelo projecto Futuro do Habitat. Está disponível para consulta no CD da InovaDomus e em www.inovadomus.pt/fh, link "resultados". Apresenta-se aqui um excerto da Introdução deste manual.


"Casa de Chá", Aveiro (foto InovaDomus)

"A implementação de estratégias de Reabilitação tem para além das questões técnicas, da falta de um Manual acessível dirigido à habitação antiga, problemas mais vastos que foram identificados pelos diferentes intervenientes nos Workshops. O efeito da legislação do arrendamento, que nos últimos anos descapitalizou de forma abrangente os proprietários dos imóveis apresenta-se como um dos principais obstáculos ao processo de recuperação e manutenção dos seus imóveis. O problema do valor de rendas fixo imposto pelo Estado, durante muitos anos, a dificuldade nas acções de despejo, mesmo quando associadas a situações de não pagamento (com as dificuldades existentes na celeridade do tratamento do problema nos tribunais), levou a que se perdessem os hábitos de manutenção dos edifícios. A perda de conhecimentos das técnicas construtivas antigas com a aplicação maciça dos novos produtos e exigências de maior celeridade de execução por questões económicas, contribuiu igualmente para esta falta da prática de acções de manutenção e pela “febre” do novo. Notando-se especialmente nos grandes centros a progressiva degradação de grande parte do edificado antigo. Este aspecto associado aos elevados valores atingidos de construção em processos de reabilitação ou reconstrução levou a que o sector terciário se implantasse quase de forma maciça nesses locais, por se ter tornado o sector com capacidade económica capaz de responder à especulação imobiliária. Igualmente, alguns casos de implantação de grandes empresas ou do comércio de grande escala, como centros comerciais (tão populares em Portugal), levaram a intervenções maciças nos centros e a processos de intervenção nem sempre consentâneos com a salvaguarda do Património. Estes factores trouxeram igualmente consigo a necessidade de grandes áreas de parqueamento, adoptando em larga escala a demolição total do interior dos edifícios dos centros históricos, mantendo as fachadas exteriores, alterando assim de forma irreversível esse edificado. Esta atitude é um dos aspectos de urgente discussão em Portugal.
Que nível de Valor pretendemos deixar para o futuro?"

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